Jacqueline Mazzei

28/04/2025 às 11:01

Prepare sua empresa: O que muda com a Reforma Tributária a partir de 2025/2026?

A Reforma Tributária para 2025 chegou para transformar profundamente a forma como o comércio eletrônico brasileiro lida com impostos. Se você tem uma loja online, vende em marketplaces ou atua como MEI no e-commerce, entender essas mudanças é essencial para manter seu negócio competitivo e regular. Neste artigo, vamos explicar detalhadamente o que mudou, por que foi implementado e o que você precisa fazer agora para se adaptar.

O que é a Reforma Tributária 2025 e como ela impacta o e-commerce?

O sistema tributário brasileiro sempre foi um dos mais complexos do mundo. Antes da Reforma Tributária, as empresas precisavam lidar com uma verdadeira teia de tributos — como PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI — cada um com regras próprias, exigindo cálculos diferentes para cada estado ou município onde se vendia. A cumulatividade de impostos, a guerra fiscal entre estados e a dificuldade de entender o que, quando e como pagar, tornaram-se barreiras para o crescimento sustentável do comércio eletrônico no Brasil. Com a Reforma Tributária 2025, esse cenário muda drasticamente: agora o país adota um modelo de tributação sobre valor agregado (IVA Dual), unificando tributos federais, estaduais e municipais em dois grandes impostos (CBS e IBS), e simplificando a apuração e o recolhimento. A arrecadação será feita no destino da compra, não mais na origem, e a responsabilidade tributária será mais distribuída e automatizada.

A reforma tem como objetivo principal simplificar a cobrança de impostos sobre consumo, tornar a arrecadação mais eficiente, reduzir distorções entre negócios de diferentes portes e garantir mais competitividade para empresas nacionais frente aos grandes players internacionais.

Principais Mudanças Tributárias para o E-commerce com a Reforma 2025

A Reforma Tributária de 2025 trouxe mudanças significativas para o comércio eletrônico brasileiro, impactando diretamente a forma como as lojas virtuais, marketplaces e microempreendedores (MEIs) operam em relação aos impostos. O novo modelo de tributação visa simplificar a cobrança de tributos, tornando-a mais eficiente e menos burocrática. A reforma substitui tributos antigos por novos impostos, como a CBS e o IBS, com o objetivo de proporcionar maior equidade e previsibilidade para as empresas. Vamos entender, então, as principais alterações e como elas afetam o e-commerce no Brasil.

Criação do IVA Dual: CBS e IBS

A Reforma Tributária substitui antigos tributos como PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI por dois novos impostos: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de competência federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de competência estadual e municipal.

O que é a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS)?

A CBS é um novo tributo federal criado pela Reforma Tributária 2025 para substituir impostos antigos como PIS e Cofins. Ela incide sobre a venda de bens e serviços de forma geral, com uma alíquota única para todo o Brasil, simplificando a cobrança. Antes da reforma, os e-commerces precisavam entender diversas regras e cálculos diferentes para PIS e Cofins, dependendo da natureza do produto e do regime tributário — o que gerava confusão e riscos de erro. Agora, com a CBS, a cobrança é unificada e mais transparente, baseada apenas no valor adicionado em cada etapa da comercialização. Isso facilita a apuração para quem vende online, mas exige atenção redobrada para correta separação de créditos e débitos fiscais em cada venda realizada.

O que é o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS)?

O IBS é o novo imposto que substitui o ICMS (estadual) e o ISS (municipal), também dentro da lógica do IVA. Diferente da CBS, o IBS é gerido conjuntamente por estados e municípios, mas com regras uniformes para todo o país, eliminando a guerra fiscal entre estados que complicava o e-commerce antes da reforma. Antes, quem vendia online precisava entender qual alíquota do ICMS aplicar dependendo do estado do comprador, além de emitir guias separadas para ISS em serviços. Com o IBS, as regras serão iguais para todos os lugares, e o imposto será recolhido no destino da venda, de forma mais justa e automatizada. Para o e-commerce, isso traz mais previsibilidade tributária e menos necessidade de adaptação a diferentes legislações estaduais e municipais.

Esses dois tributos funcionam no modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA), ou seja, o imposto é cobrado sobre o valor adicionado em cada etapa da cadeia produtiva. Para o e-commerce, essa mudança simplifica o sistema e elimina a cumulatividade, além de determinar que o imposto será recolhido no estado do comprador, e não mais no do vendedor. Isso afeta a formação de preços, a apuração de tributos e o local de recolhimento, exigindo maior atenção na operação.

Quando passa a valer a nova tributação?

A implementação da Reforma Tributária será feita de forma gradual. Entre 2026 e 2032, haverá uma fase de transição em que os e-commerce terão que apurar simultaneamente os tributos antigos (como PIS, Cofins, ICMS e ISS) e os novos (CBS e IBS). Nesse período, as alíquotas dos antigos tributos serão progressivamente reduzidas, enquanto as dos novos impostos aumentarão até que, ao final da transição, apenas CBS e IBS permaneçam vigentes. Para o e-commerce, isso significa mais complexidade no curto prazo: será necessário manter sistemas e processos fiscais compatíveis com as duas realidades, sem cometer erros. Além disso, a conciliação tributária deve ser reforçada para evitar problemas de dupla tributação ou omissão de recolhimentos.

Os donos de lojas virtuais devem investir o quanto antes na atualização dos seus ERPs, buscar orientação contábil especializada e garantir que seus sistemas de emissão fiscal estejam preparados para operar com a apuração dupla durante essa fase de transição. Os donos de e-commerce precisam atualizar urgentemente seus sistemas de gestão (ERPs e plataformas de vendas) para calcular os novos tributos de forma correta. Também será essencial revisar a precificação dos produtos e treinar equipes fiscais para lidar com o novo modelo.

Adaptação de sistemas: atualização de ERPs e plataformas de e-commerce

Com a criação da CBS e do IBS e a fase de transição tributária, será obrigatório atualizar sistemas de gestão (ERP), plataformas de e-commerce e emissores de notas fiscais para atender os novos layouts e exigências de apuração fiscal. Antes da Reforma Tributária, cada sistema seguia regras específicas para calcular PIS, Cofins, ICMS e ISS — mas agora será preciso adaptar as configurações para considerar a incidência da CBS e IBS, além de novas obrigações acessórias que surgirão. Para os donos de e-commerce, isso significa que não basta conhecer as novas regras: é necessário garantir que seus softwares estejam tecnicamente preparados para operar conforme o novo modelo tributário. Isso envolve atualização de versões, integração de novos campos nas notas fiscais, ajustes em relatórios de apuração e a contratação de suporte especializado se necessário.

O ideal é já começar o planejamento de atualização de sistemas em 2025, validando com fornecedores de ERP e plataformas de venda online se haverá suporte para as mudanças e quais serão os custos e prazos envolvidos.

Implementação do Split Payment

O governo avalia a implementação do split payment. como forma de garantir arrecadação automática, especialmente em vendas digitais, mas a adoção será regulada por lei complementar e pode variar por setor.

Responsabilidade Solidária dos Marketplaces

A nova legislação determina que os marketplaces serão responsáveis solidários pelo recolhimento dos tributos de operações feitas dentro de suas plataformas. Ou seja, se o vendedor não pagar corretamente o imposto ou não emitir nota fiscal, o marketplace poderá ser cobrado no lugar dele. Para os negócios que vendem em marketplaces como Mercado Livre, Amazon e Shopee, isso significa que a exigência de conformidade fiscal vai aumentar significativamente. Muitas plataformas já anunciaram novas políticas internas de compliance tributário.

Quem vende em marketplaces precisa garantir que está emitindo notas fiscais corretamente, cadastrar seus produtos conforme as normas exigidas e manter a documentação em dia. Negligenciar isso pode resultar em bloqueio de contas ou perda de vendas.

O que Muda para MEIs e PMEs no E-commerce após a Reforma Tributária

Para os MEIs (Microempreendedores Individuais) que operam no e-commerce, a Reforma Tributária traz ajustes importantes. MEIs precisarão ficar atentos às novas regras de recolhimento e ao impacto da CBS/IBS, especialmente se venderem em marketplaces ou ultrapassarem limites de faturamento definidos em regulamentação complementar. O MEI que vende online precisa revisar o seu faturamento, ajustar a emissão de notas conforme o novo formato e avaliar se vale a pena continuar no regime atual ou migrar para outra categoria empresarial, como Microempresa (ME).

Para as PMEs que atuam no comércio eletrônico, a reforma exige uma revisão mais robusta da operação fiscal e financeira. Além de aderir obrigatoriamente ao split payment, as PMEs deverão reestruturar seus sistemas contábeis e revisar a gestão tributária para o novo modelo CBS/IBS, considerando que a apuração será diferente do que conheciam até agora. As pequenas e médias empresas precisam investir em atualização tecnológica, capacitação contábil e reavaliação de precificação para não perder margem de lucro com o novo modelo tributário.

Como Preparar seu E-commerce para Reforma Tributária 2025

Com todas essas mudanças, os donos de e-commerce precisam agir rapidamente para não sofrer sanções ou prejuízos financeiros. Entre as principais ações estão:

  • Atualizar sistemas de gestão, faturamento e checkout para CBS, IBS e split payment
  • Ajustar políticas de emissão de nota fiscal para vendas diretas e marketplaces
  • Rever a estrutura de preços, levando em conta o novo fluxo financeiro
  • Avaliar contratos de serviços digitais estrangeiros
  • Analisar o enquadramento tributário (MEI, nanoempreendedor ou PME) e fazer transições planejadas, se necessário

Adaptar-se agora à Reforma Tributária 2025 é essencial para garantir a saúde financeira e a competitividade do seu negócio no mercado digital brasileiro.

Conte com Especialistas Mazzei para dequar seu E-commerce à Reforma Tributária.

Sabemos que a implementação de novas regras fiscais pode gerar inseguranças, mas você não precisa enfrentar isso sozinho. A Mazzei Contabilidade é especializada em atender empreendedores digitais e empresas de todos os tamanhos, ajudando na adequação tributária de forma segura, ágil e personalizada. Estamos prontos para orientar seu e-commerce em cada etapa dessa transição, garantindo que você aproveite todas as vantagens possíveis da nova Reforma Tributária.

Entre em contato com a Mazzei Contabilidade agora mesmo e prepare sua empresa para crescer ainda mais neste novo cenário de Reforma Tributária!

Jacqueline Mazzei

Meu nome é Jacqueline Mazzei, sou contadora formada pela FIG/Unimesp desde 2010, filha do Arnaldo Mazzei, fundador do Grupo Mazzei Contábil. Sou casada, mãe de um príncipe e empresária.